Diz a lenda que Bocage, ao chegar em casa um certo dia, ouviu um
>>barulho
>>estranho vindo do seu quintal. Chegando lá, constatou um ladrão
>>tentando
>>levar seus patos de criação. Aproximou-se vagarosamente do
>>indivíduo e,
>>surpreendendo-o ao tentar pular o muro com os seus amados patos,
>>disse-lhe:
>>
>>
>>- Oh, bucéfalo anácrono! Não o interpelo pelo valor intrínseco dos
>>Bípedes
>>palmípedes, mas sim pelo acto vil e sorrateiro de profanares o
>>recôndito da
>>minha habitação, levando meus ovíparos à sorrelfa e à socapa. Se
>>fazes isso
>>por necessidade, transijo... mas se é para zombares da
>>minha elevada prosopopeia de cidadão digno e honrado, dar-te-ei com
>>a minha
>>bengala fosfórica bem no alto da tua sinagoga, e o farei com tal
>>ímpeto que
>>te reduzirei à quinquagésima potência que o vulgo denomina nada.
>>
>>E o ladrão, confuso, diz:
>>- "Doutor, afinal eu levo ou deixo os patos?"